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Saúde bucal e envelhecimento

O envelhecimento é a soma de todas as modificações que ocorrem no ser humano com o passar dos anos. É um processo biológico e que faz parte da vida: do nascer, do crescer, do viver. O envelhecer é uma verdade irrevogável, podendo ocorrer várias alterações, na cavidade bucal, no paladar, na visão, no olfato, na audiçã.

Mas para envelhecer com saúde, é fundamental a prevenção. Prevenir significa impedir que algo aconteça, ou diminuir o risco de tal evento acontecer. Vale sinalizar que a prevenção e a manutenção da saúde bucal é fundamental na saúde geral do indivíduo, não somente na terceira idade, mas em qualquer fase da vida, com o intuito da qualidade de vida. E a qualidade depende de toda transformação ocorrida ao longo dos anos, pois é um reflexo de como foi toda a história de vida.

Segundo várias pesquisas, infelizmente a saúde bucal da maioria dos idosos no Brasil apresenta um nível muito precário, com a falta de dentes (o chamado “edentulismo”), com a presença de doenças de gengiva, cáries, desgastes dentais, e outros problemas que acarretam em dificuldades para falar, mastigar, respirar e até sorrir. E isto tudo reflete na qualidade de vida, que irá prejudicar o processo de envelhecimento.

Quando os indivíduos perdem os dentes, este fato terá um efeito negativo em diversas funcionalidades do corpo humano, dentre as quais, sobre a digestão, mastigação, fala além do aspecto estético E também poderá causar as doenças geriátricas sistêmicas. E dentre estas, as mais prevalentes nos idosos são: arteriosclerose, anemias, doenças do sistema nervoso central, diabetes, doenças genitourinárias, distúrbios gastrointestinais e respiratórios.

Na população de idosos podem ocorrer também as doenças bucais. Elas geram dor, e frustações sociais e afetam seriamente qualidade de vida da grande maioria dos idosos brasileiros. Dentre as doenças bucais, temos a gengivite e a periodontite (doença periodontal). A Gengivite é causada pelo acúmulo de placa bacteriana sobre o tecido gengival. A Placa Bacteriana é uma película transparente que se forma sobre a superfície dos dentes e ao redor da linha das gengivas. Ela é composta por uma colônia de bactérias que decompõem o açúcar e os restos alimentares acumulados, produzindo ácidos que atacam os dentes e a gengiva. São sinais da gengivite: sangramento, inflamação gengival; mau hálito; gengivas avermelhadas, inchadas ou que se afastam dos dentes.

Um fato que pode ocorrer é que a chamada “placa bacteriana”, com o tempo, poderá se mineralizar, formando o tártaro ou cálculo gengival. Juntos, a placa e o tártaro deslocam as gengivas através da destruição das fibras gengivais. Além disso, a estrutura óssea que sustenta o dente poderá se comprometer e, em longo prazo, poderá ocorrer a perda do elemento dental. Esse abalo da estrutura óssea é denominado de Periodontite. São sinais da Periodontite: inflamação persistente; reabsorção (perda) óssea; presença de bolsas periodontais; presença de pus; mau hálito; quase sempre é indolor (justamente por este motivo, não se percebe a destruição que está ocorrendo durante a periodontite. Só se percebe quando algum dente envolvido nesta condição começa a apresentar mobilidade, ou seja, quando o dente fica “mole”).

Vale ressaltar que a Periodontite pode ser fator de risco, isto é, ser um dos fatores que ajudam a causar doenças, tais como: Osteoporose; Diabetes; Doenças respiratórias e Doença cardíaca (quem tem doença periodontal fica duas vezes mais suscetível a ter doença cardíaca).

Mas segundo a literatura científica, a gengivite e a periodontite são processos independentes, isto é, a gengivite não necessariamente evolui para uma periodontite. Além disso, o desenvolvimento da periodontite ocorre por um processo agudo, que pode ficar estável por um longo período ou apresentar melhoras (dependente de vários fatores). E mais: a periodontite não é a principal causa de perda dentária na população, pois a cárie é determinante neste sentido.

Para finalizar, é importante afirmar que tanto a gengivite quanto a periodontite são doenças que são passíveis de se evitar através de uma correta higienização e por meio de exames preventivos. A visita frequente ao dentista (mínimo de 6 em 6 meses), é imprescindível para se evitar a instalação ou progressão dessas e de outras doenças, além de ser importante para verificação da presença de cáries, de restaurações quebradas, verificação de dentes desgastados, a presença de tártaro, etc. O processo de envelhecimento é um fato, mas a saúde geral depende, dentre vários fatores, da história de vida de cada pessoa. Neste contexto, é fundamental que os idosos e também os cuidadores (para os que necessitam) tenham o conhecimento dos métodos preventivos de saúde para ter uma excelente saúde bucal/geral e mais qualidade de vida.

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